segunda-feira, 28 de setembro de 2009

il pane

Fiz ontem, em pleno domingo, pão. Com linguiça esmigalhada, orégano e azeite, cortes transversais na casquinha dura; dourado, enfarinhado: um verdadeiro pão italiano.
O café da manhã na escola, agradeceu, deliciado.
Junto levei bolo integral, de maçãs. Ninguém reclamou: comeram num silencio cheio de "hums" e, no final, me olharam com um certo respeito no olhar.
(Uma colega perguntou: foi tu mesma que fez, tem certeza?)

domingo, 27 de setembro de 2009

"Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar..."
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Carlos Drummond de Andrade

sábado, 26 de setembro de 2009

carinhoso

Meu coração, não sei porque
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim

Ah! Se tu soubesses
Como eu sou tão carinhosa
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem

Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim, então
Serei feliz, bem feliz


(Pixinguinha/ João de Barro, e Elis)
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La prima lezione...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

primavera


Queria escrever algum verso bonito para saudar a primavera, mas não consigo pensar em nada: só quero dormir e dizer que chegou a primavera - nem sei qual -
e eu te amo - nem sei como.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"Tenho um livrinho onde escrevo
Quando me esqueço de ti
Um livrinho de capa preta
Onde ainda não escrevi."
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"Dias são dias, e noites
São noites e não dormi...
Os dias a não te ver
As noites pensando em ti."

Fernando Pessoa

domingo, 20 de setembro de 2009

PAURA

Una paura immensa ho sentito oggi: paura di sentire una solitudine così grande ed anche della dolore che no lascia me. Ho sentito una voglia troppo grande di parlare con te. Ho bisogno di parlare con te, di sentire la tua voce, molte volte in questa domenica.
Una domenica di mancanza e dolore.
E paura, paura di impazzire o morire.
È un deserto senza uguale: un vacuo
dentro di me.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

... Ela deu ao desmemoriado
Um sachê de fino olor:
Ele voltou, mas já casado;
Ela morreu de amor.

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José Martí

sábado, 12 de setembro de 2009

Wladimir, o passarinheiro

Me acorda, num trinado, um pássaro a cantar na minha janela.
Me liga, triste, minha mãe, de Pelotas, às cinco da tarde: meu tio Wladimir - o que ama passarinhos - piorou.
- Tu endendes, minha filha, que não vou?
- Claro que entendo, mãe, que não vens. É teu irmão, fica com ele.
Está mal o tio, no hospital, com aquela doença que não respeita nem os que amam os passarinhos, nem os puros de alma: ninguém.
Me levanto do sono atrasado, num susto: sinto uma vontade outra de chorar. Gosto desse tio, do cabelo pouco, do olho azul, da risada pequena e doce em meio a fala mansa de erre torcido; do jeito tão calmo, tão bom.
Muita história me contou, de passarinhos, o tio.
(De bigornas, pois era ferreiro, também.)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

quando é que vai parar de chover

Será que dói
para chover, o dia?

Em mim,
começa no peito
tranca, em nó, na garganta
e, ardendo, rebenta
nos olhos: a chuva,
a enxurrada.


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(scusa se ti amo!)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

no trem



deixei passar
o aeroporto
deixei, não vi:
uma das que mais gosto
- estação -
de ver
por causa dos aviões

desde pequena gosto
de avião:
tinha um helicóptero
onde me criei
criança,
lá fora

de trem tinha medo, pequena.
Gosto, agora,
de andar em tudo que me leva
pra longe: trem avião
trem metrô
ônibus. E dos meus pés
- de colona -
também gosto
(apesar deles não saberem dançar).

sábado, 5 de setembro de 2009

O Verdadeiro Amor


Tive um verdadeiro amor, que não tinha possibilidades nem futuro nem condição: expectativa nenhuma; expectadores, um milhão, todos duvidando - menos uma, e essa morreu me dizendo que comigo ele estava bem.
O amor, esse, o verdadeiro, nada nem ninguém vai diminuir, ou sequer, fazer sombra: é incondicional, sem igual: pazzo da legare!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Em mim, te levo


Dentro de mim,
um mar de ti
carrego:
te levo inteiro
- todo minuto
passado -

E nos olhos
- nos bolsos -
o infinito desencanto
que faz chorar
(sem motivo)
a qualquer hora,
o presente.

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para o Paulo,
em 04/09 Canoas.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

as meninas

A filha da Lisabete (uma colega, professora de Matemática) , Gabriela, de 7 anos, ao ver algumas obras da Exposição Francesa no Museu de Arte exclamou convicta: "É sul real, mãe!"
Pouco depois a pequena Laura, amiga da Gabi, reconheceu e apontou: "Olha lá o Picasso!"
Sorte dessas duas, que as mães gostam e propiciam arte a elas desde cedo: nos dias de hoje isso também é quase surreal.

ESPERA


a multidão
era uma só pessoa
mil corações
uma cara

eu, zonza
(zanzara):
quase cega
à procura de um
(no palheiro de gentes).


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