Enquanto conversávamos com um conhecido, sobre os encantos de Floripa, Ana me contou que seus tios, nascidos e criados à beira mar, naquela região de Laguna e Imbituba, litoral de Santa Catarina, todos eram pescadores.
A maioria deles já morreu, porém Maneca, o tarrafeiro, está bem vivo.
O primo Maneca, embora cego - devido a um acidente de trabalho - faz tarrafas como ninguém, e as vende para lojas especializadas em artigos para pesca.
Fiquei curiosa por saber mais a respeito desse artesão (cego?!), mas a conversa parou ali: os músicos começavam a tocar.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Fórum Social
São Léo está em festa, com os eventos do Fórum Social Mundial, acontecendo em sua praça principal. Estive lá terça passada ansiosa por ver Elíades Ochoa, uma lenda - viva - da música cubana, como Ibrahim Ferrer e Compay Segundo.
Vítima de uma gastroenterite, infelizmente não participou do show, o convidado principal. Claro que lamentei, mas só até a música cubana começar; música feita por uns músicos de lá e outros daqui, conhecidos nossos, meus e do Fernando, do bar Odeon, e do Insano, aquela casa na Cidade Baixa onde se escuta e se dança a melhor Salsa de Porto. E, diga-se, por que não poderia deixar de dizer, que músicos!
Aí, esqueci do Elíades e de tudo o mais: esqueci até que não sei dançar e dancei Salsa até me acabar - às 2 da manhã - com um negro lindo chamado Daniel.
Ele perguntou o meu nome, me beijou a mão, disse que eu sou parecida com uma cantora de RAP brasiliense, que ele curte, e por isso quis ser meu par... Não sei bem porque ele se aproximou de mim, só sei que ele dança como o diabo!
Vítima de uma gastroenterite, infelizmente não participou do show, o convidado principal. Claro que lamentei, mas só até a música cubana começar; música feita por uns músicos de lá e outros daqui, conhecidos nossos, meus e do Fernando, do bar Odeon, e do Insano, aquela casa na Cidade Baixa onde se escuta e se dança a melhor Salsa de Porto. E, diga-se, por que não poderia deixar de dizer, que músicos!
Aí, esqueci do Elíades e de tudo o mais: esqueci até que não sei dançar e dancei Salsa até me acabar - às 2 da manhã - com um negro lindo chamado Daniel.
Ele perguntou o meu nome, me beijou a mão, disse que eu sou parecida com uma cantora de RAP brasiliense, que ele curte, e por isso quis ser meu par... Não sei bem porque ele se aproximou de mim, só sei que ele dança como o diabo!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
andarilha
Minha mãe me disse hoje - depois que soube das minhas peripécias por Floripa - que não sabia como eu gostava tanto de andar por aí: "Não sei por quem tu puxou?", "Ir pra uma cidade grande, sozinha, no último dia do ano, sem ter onde ficar; só louco..."
Pois é, mas eu fui, disposta até, se preciso fosse, a dormir num banco da rodoviária - quando eu falei isso, parece que ela entendeu que eu sabia muito bem o que eu queria - não me arrependi, apesar de ter passado o dia 31 inteiro procurando um lugar adequado para passar esse precioso feriado; muito pelo contrário, adorei.
(Adorei o albergue e as pessoas bacanas que conheci. Novos amigos e, aquela coisa mágica da ilha, a beleza surpreendendo sempre: um restaurantezinho no alto, as casinhas coloridas penduradas no morro, uma chuva de verão, bolinho de peixe, o Zé Ramalho tocando... e eu curtindo tudo.)
Pensando nisso e conversando, mais tarde, com minha amiga Ana, descobri que sou parecida com uma tia meio destrambelhada, a pessoa mais livre de amarras que já conheci, chamada Elza.
É isso, está explicado: herdei o sangue beduíno da tia Elza. E os gens de loucura, da tia Noêmia, outra irmã de meu pai.
Pois é, mas eu fui, disposta até, se preciso fosse, a dormir num banco da rodoviária - quando eu falei isso, parece que ela entendeu que eu sabia muito bem o que eu queria - não me arrependi, apesar de ter passado o dia 31 inteiro procurando um lugar adequado para passar esse precioso feriado; muito pelo contrário, adorei.
(Adorei o albergue e as pessoas bacanas que conheci. Novos amigos e, aquela coisa mágica da ilha, a beleza surpreendendo sempre: um restaurantezinho no alto, as casinhas coloridas penduradas no morro, uma chuva de verão, bolinho de peixe, o Zé Ramalho tocando... e eu curtindo tudo.)
Pensando nisso e conversando, mais tarde, com minha amiga Ana, descobri que sou parecida com uma tia meio destrambelhada, a pessoa mais livre de amarras que já conheci, chamada Elza.
É isso, está explicado: herdei o sangue beduíno da tia Elza. E os gens de loucura, da tia Noêmia, outra irmã de meu pai.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
angústia
"Voltei à sala, nas pontas dos pés. Ninguém me viu. Camilo Pereira da Silva continuava escondido debaixo do pano branco; no lugar da cara uma nódoa vermelha coberta de moscas. Rosenda queimava alfazema num caco de telha. Seu Acrísio não servia para nada. Era impossível saber onde se fixava o olho de padre Inácio, duro, de vidro, imóvel na órbita escura. Ninguém me viu. Fiquei num canto, roendo as unhas, olhando os pés do finado, compridos, chatos, amarelos.
Sempre abafando os passos, dirigi-me novamente ao fundo do quintal, com medo daquela gente que nem me havia mandado buscar à escola para assistir à morte do meu pai. Até a preta Quitéria se esquecera de mim. Ao passar pela cozinha, encontrei-a mexendo nas panelas e lastimando-se. Sentei-me na prensa, cansado, o estômago doendo. Que iria fazer por aí à toa, miúdo, tão miúdo que ninguém me via? Encostei-me no muro, escorreguei por cima da madeira bichada, adormeci pensando nos mergulhos no poço da Pedra, nos bolos e nos pés de Camilo Pereira da Silva. E, enquanto dormia, ouvia a cantiga dos sapos no açude da Penha, o burburinho dos intrusos que se acavalavam no corredor, o barulho do descaroçador de algodão no Cavalo-Morto. Vozes chegavam-me, confusas, e eu não conseguia apreender o sentido delas. Visões também. Via a casa da fazenda, arruinada, os bichos definhando na morrinha, o chiqueiro bodejando, relâmpagos cortando o céu. A chuva caía, eu andava pelo pátio, nu, montado num cabo de vassoura. Quem me acordou foi Rosenda, que me trazia uma xícara de café.
- Muito obrigado, Rosenda.
E comecei a soluçar como um desgraçado."
fragmento do romance ANGÚSTIA, Graciliano Ramos.
Sempre abafando os passos, dirigi-me novamente ao fundo do quintal, com medo daquela gente que nem me havia mandado buscar à escola para assistir à morte do meu pai. Até a preta Quitéria se esquecera de mim. Ao passar pela cozinha, encontrei-a mexendo nas panelas e lastimando-se. Sentei-me na prensa, cansado, o estômago doendo. Que iria fazer por aí à toa, miúdo, tão miúdo que ninguém me via? Encostei-me no muro, escorreguei por cima da madeira bichada, adormeci pensando nos mergulhos no poço da Pedra, nos bolos e nos pés de Camilo Pereira da Silva. E, enquanto dormia, ouvia a cantiga dos sapos no açude da Penha, o burburinho dos intrusos que se acavalavam no corredor, o barulho do descaroçador de algodão no Cavalo-Morto. Vozes chegavam-me, confusas, e eu não conseguia apreender o sentido delas. Visões também. Via a casa da fazenda, arruinada, os bichos definhando na morrinha, o chiqueiro bodejando, relâmpagos cortando o céu. A chuva caía, eu andava pelo pátio, nu, montado num cabo de vassoura. Quem me acordou foi Rosenda, que me trazia uma xícara de café.
- Muito obrigado, Rosenda.
E comecei a soluçar como um desgraçado."
fragmento do romance ANGÚSTIA, Graciliano Ramos.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Tempestade
"Escureci o sol do meio-dia,
O tumulto dos ventos conclamei,
Entre o verde do mar e o azul do céu
Criei a guerra, e ainda incendiei
O trovão que alucina"
William Shakespeare, A Tempestade
O tumulto dos ventos conclamei,
Entre o verde do mar e o azul do céu
Criei a guerra, e ainda incendiei
O trovão que alucina"
William Shakespeare, A Tempestade
domingo, 17 de janeiro de 2010
preguiça e música
domingo: pigra total e música o dia inteiro.
Acordei com preguiça e coloquei um CD, num bom volume, o Blur. Depois um pouco de música cubana, Compay e Anna Maria Jopek; Chico, Gotan Project, A Banda Bardo e o Bowie. Tomei uns banhos no chuveiro da rua para amenizar o calor e a preguiça.
Agora está anoitecendo, sopra um ventinho leve e o céu, cinza - claro, está se fechando, escurecendo. Pego uma cerveja na geladeira, um pedaço de torta e o Drummond. Escuto jazz, Chet Baker ( um pouco melancólico, me disse o Luciano ainda há pouco ao telefone. Talvez, mas muito bom).
Volto para a rua; fico aqui à mesa com o ventinho e o chumbo cinza do céu, pensando na vida e em como está deliciosa esta torta de frango... A cerveja. O Drummond.
E o trumpete do Chet Baker, uma beleza!
(se esparramando pela casa e saindo pelas portas e janelas abertas: suavemente.)
Acordei com preguiça e coloquei um CD, num bom volume, o Blur. Depois um pouco de música cubana, Compay e Anna Maria Jopek; Chico, Gotan Project, A Banda Bardo e o Bowie. Tomei uns banhos no chuveiro da rua para amenizar o calor e a preguiça.
Agora está anoitecendo, sopra um ventinho leve e o céu, cinza - claro, está se fechando, escurecendo. Pego uma cerveja na geladeira, um pedaço de torta e o Drummond. Escuto jazz, Chet Baker ( um pouco melancólico, me disse o Luciano ainda há pouco ao telefone. Talvez, mas muito bom).
Volto para a rua; fico aqui à mesa com o ventinho e o chumbo cinza do céu, pensando na vida e em como está deliciosa esta torta de frango... A cerveja. O Drummond.
E o trumpete do Chet Baker, uma beleza!
(se esparramando pela casa e saindo pelas portas e janelas abertas: suavemente.)
sábado, 16 de janeiro de 2010
MEMÓRIA
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade, in Claro Enigma.
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade, in Claro Enigma.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
a lição de Siqueleto
O próprio Muindinga está como se encantado com as palavras de Tuahir. Não é a história que o fascina mas a alma que está nela. E ao ouvir os sonhos de Tuahir, com os ruídos da guerra por trás, ele vai pensando: "não inventaram ainda uma pólvora suave, maneirosa, capaz de explodir os homens sem lhes matar. Uma pólvora que, em avessos serviços, gerasse mais vida. E do homem explodido nascessem os infinitos homens que lhes estão por dentro. "
fragmento do romance Terra Sonâmbula, Mia Couto.
........................
Muitas vezes eu tenho a pretensão de esperar pólvoras suaves, especialmente feitas para mim (por alguma espécie de artesão da alma), como se eu merecesse por doçura minha, mortes menos dolorosas: isto é impossível as explosões são sempre brutais e eu me despedaço inteira. Mas, prefiro isso à inércia.
fragmento do romance Terra Sonâmbula, Mia Couto.
........................
Muitas vezes eu tenho a pretensão de esperar pólvoras suaves, especialmente feitas para mim (por alguma espécie de artesão da alma), como se eu merecesse por doçura minha, mortes menos dolorosas: isto é impossível as explosões são sempre brutais e eu me despedaço inteira. Mas, prefiro isso à inércia.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
"HÁ EM TUDO que fazemos
Uma razão singular:
É que não é o que qu'remos.
Faz-se porque nós vivemos,
E viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida,
Morria de pensamento."
Fernando Pessoa ( fragmanto)
...........................
PASSA UMA NUVEM pelo sol.
Passa uma pena por quem vê.
A alma é como um girassol:
Vira-se ao que não está ao pé.
Passou a nuvem; o sol volta.
A alegria girassolou.
Pendão latente de revolta,
Que hora maligna te enrolou?
Fernando Pessoa, in POESIA.
Uma razão singular:
É que não é o que qu'remos.
Faz-se porque nós vivemos,
E viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida,
Morria de pensamento."
Fernando Pessoa ( fragmanto)
...........................
PASSA UMA NUVEM pelo sol.
Passa uma pena por quem vê.
A alma é como um girassol:
Vira-se ao que não está ao pé.
Passou a nuvem; o sol volta.
A alegria girassolou.
Pendão latente de revolta,
Que hora maligna te enrolou?
Fernando Pessoa, in POESIA.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
AS SEM-RAZÕES DO AMOR
Eu te amo porque te amo
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem ( e matam )
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade, in CORPO.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem ( e matam )
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade, in CORPO.
domingo, 10 de janeiro de 2010
PRANTO GERAL DOS INDIOS
Chamar-te Maíra
Dyuna
Criador
seria mentir
pois os seres e as coisas respiravam antes de ti
mas tão desfolhados em seu abandono
que melhor fora não existissem
As nações erravam em fuga e terror
Vieste e nos encontraste
Eras calmo pequeno determinado
teu gesto paralisou o medo
tua voz nos consolou, era irmã
Protegidos de teu braço nos sentimos
O akangatar mais púrpura e sol te cingiria
mas quiseste apenas nossa fidelidade
Eras um dos nossos voltando à origem
e trazias na mão o fio que fala
e o foste estendendo até o maior segredo da mata
A piranha a cobra a queixada a maleita
não te travavam o passo
militar e suave
Nossas brigas eram separadas
e nossos campos de mandioca marcados
pelo sinal da paz
E dos que se assustavam pendia o punho
fascinado pela força de teu bem querer
Ó Rondon, trazias contigo o sentimento da terra
...................................
Não nos deixastee sós quando te foste
Ficou a lembrança, rã pulando n'água
do rio da Dúvida: voltarias?
Amigos que nos despachaste contavam de ti sem luz
antigo, entre pressas e erros, guardando
em ti, no teu amor tornado velho
o que não pode o tempo esfarinhar
e quanto nossa pena te doía
Afinal já regressas. É janeiro
tempo de milho verde. Uma andorinha
um broto de buriti nos anunciam
tua volta completa e sem palavra
.................................
Carlos Drummond de Andrade
Dyuna
Criador
seria mentir
pois os seres e as coisas respiravam antes de ti
mas tão desfolhados em seu abandono
que melhor fora não existissem
As nações erravam em fuga e terror
Vieste e nos encontraste
Eras calmo pequeno determinado
teu gesto paralisou o medo
tua voz nos consolou, era irmã
Protegidos de teu braço nos sentimos
O akangatar mais púrpura e sol te cingiria
mas quiseste apenas nossa fidelidade
Eras um dos nossos voltando à origem
e trazias na mão o fio que fala
e o foste estendendo até o maior segredo da mata
A piranha a cobra a queixada a maleita
não te travavam o passo
militar e suave
Nossas brigas eram separadas
e nossos campos de mandioca marcados
pelo sinal da paz
E dos que se assustavam pendia o punho
fascinado pela força de teu bem querer
Ó Rondon, trazias contigo o sentimento da terra
...................................
Não nos deixastee sós quando te foste
Ficou a lembrança, rã pulando n'água
do rio da Dúvida: voltarias?
Amigos que nos despachaste contavam de ti sem luz
antigo, entre pressas e erros, guardando
em ti, no teu amor tornado velho
o que não pode o tempo esfarinhar
e quanto nossa pena te doía
Afinal já regressas. É janeiro
tempo de milho verde. Uma andorinha
um broto de buriti nos anunciam
tua volta completa e sem palavra
.................................
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
ESSAS COISAS
"Você não está mais na idade
de sofrer por essas coisas."
Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?
As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer?
Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
Carlos Drummond de Andrade
de sofrer por essas coisas."
Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?
As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer?
Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?
E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
tartarugas
A tartaruga Flor - do projeto TAMAR - sente, longe do mar, o mesmo que eu longe do meu amor: DOR.
A dor da saudade.
...........
Barra da Lagoa, Floripa.
A dor da saudade.
...........
Barra da Lagoa, Floripa.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)