sexta-feira, 4 de novembro de 2011

QUE PERDI, que perdemos
quando Nazim caiu como uma torre,
como uma torre azul que desmorona?


Às vezes me parece
que o sol se foi com ele porque era o dia,
era Nazim um grande dia dourado,
e cumpriu seu dever de amanhecer
apesar de cadeias e castigos:
Adeus, resplandecente companheiro!


Savich suavíssimo entre São Basílio
e as vivendas do Aeroporto,
ou no bairro de Arbat, ainda misterioso,
trasvasando meu chileno vinho
para os tambores de sua linguagem.
Savich, contigo perdeu-se a abelha
de ouro,
que ali fundou o mel de minha colméia!
Meu suave amigo, camarada puro!


PABLO NERUDA - ELEGIA
(Feira do Livro 2011, com o Paulo)

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