- Então feche os olhos filhinho:
Longe muito longe
era uma vez o rio Congo...
por toda parte o mato grande
Muito sol batia o chão
de noite
chegavam os elefantes
Então o barulho do mato crescia
Quando o rio ficava brabo
inchava
Brigava com as árvores
Carregava com tudo águas abaixo
até chegar na boca do mar
Depois...
Os olhos da preta pararam
Acordaram-se as vozes do sangue
glu-glus de água engasgada
naquele dia de nunca-mais
Era uma praia vazia
com riscos brancos de areia
e batelões carregando escravos
Começou então
uma noite muito comprida
Era um mar que não acabava mais
... depois...
- Ué mãezinha
porque você não conta o resto da história?
raul bopp
em COBRA NORATO e outros poemas
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