sábado, 19 de dezembro de 2009

A concha vazia

Eu, que sou meio caranguejo, meio concha e - às vezes - metida a sereia, adorei esse poema que encontrei hoje na ZH, de um poeta daqui, o Paulo Neves: A concha vazia.
Abri o jornal, o título "Irretocável poesia" me chamou a atenção, obviamente. Fui ao artigo; eis o poema:

" Refugo do mar jogado na areia.
Vento em rodopio nas suas volutas.
Refúgio do mar, canto de sereia
que o tempo esculpiu. A forma da escuta."

Gostei, também, muito dos outros três poemas presentes ali.
Como será esse Paulo: será uma pessoa amorosa, uma boa pessoa, como é, poeta?
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Contradição

Eu esquiava sobre montanhas de dor.
O coração abismado na terra estranha
não compreendia o que era inverno e verão.
A neve ardia em duro combate com a luz.
Nas pernas vibrava uma voz que me dizia:
Segue, não te detenhas na contradição.

Paulo Neves

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