terça-feira, 3 de março de 2009

Formigueiro

É o nome de um bolo que eu não gosto muito. Depois de desligada a batedeira é adicionado um punhado generoso de chocolate granulado à massa. Fica interessante: um bolo amarelo-claro crivado de pontinhos escuros minúsculos como formigas; as crianças costumam gostar. Eu, que há muito tempo deixei de ser criança, prefiro outros: de maçã, laranja, de cerveja, até.
Formigueiro de verdade tinha aos montes - e são montes mesmo!, nos campos próximos a casa da minha primeira (e única) infância. Tinhamos, eu meu irmão e primos, cuidado suficiente para não topar, o que equivale a dizer meter o pé, num montículo destes, feitos só de formigas. Ardência e coceira são uma espécie de premio às avessas para o infeliz desavisado que destrói um. E como se não bastasse uns calafrios, e uma impressão que mesmo depois de mortas elas continuam se multiplicando e picando a torto e a direito!
É o que está acontecendo comigo agora. Ontem a mochila que uso para o trabalho, onde carrego livros e outros objetos, estava tomada de formigas miudas, como se alguém tivesse esquecido ali algum doce muito doce. No ônibus indo para o centro é que fui perceber. Tive ganas de tirar o vestido ali mesmo, porque as formigas sem nenhum pudor subiam pelas minhas pernas provocando, além do desconforto um certo constrangimento. Eu não parava de me mexer um minuto sequer com as danadas subindo.
Não sou alérgica, mas mesmo assim fiquei com marcas, que os antigos chamam de enzamboação, uns caroços avermelhados pelo corpo todo; tantas eram as formigas.
O doce bem doce era um pé-de-moleque.

Um comentário:

Cezar Dias disse...

bebida é água
comida é... todo tipo de carne