sábado, 7 de março de 2009

Um filho.


Essas idas e vindas no transporte coletivo rendem crônicas, poesias, ou apenas pensamentos, que não me deixam só a viagem inteira. Isso quando não estou "ligada" na música, a única boa serventia do meu celular.
Ainda na parada do ônibus, fiquei impressionada com uma criancinha de uns dois anos, dois anos e meio. Tinha os olhos amendoados e com algo que lembrava estrabismo. Não conseguia fixar o olhar, nem o pescocinho que girava incessantemente. Às vezes, parecendo não aguentar, ela deixava pender a pequena cabeça sobre o ombro da mãe. Pobre criaturinha!
Entrei na condução com a imagem da criança dentro de mim e pensei em como seria ter um filho adotivo. Eu seria uma boa mãe e o pai que eu penso, um felizardo. Esperaríamos um bebe recém-nascido: ele seria gordinho (digo ele, porque já sou mãe de tres filhas), com aquela dobras nas pernas e os bracinhos a se mexer, contentes. Daria o seio a ele mesmo que não tivesse uma gota de leite, não nos privaria desse prazer. E a mamadeira complementaria.
Se chamaria, quem sabe, Francisco, Pedro, João ou Lorenzo. Ou, me passou pela cabeça um nome não muito comum, mas nem por isso pomposo; um nome simples, de um guri bonito, que eu gostei um dia: Danilo. (Também, lembrei agora, é o nome de um amigo muito querido que virou anjo há pouco tempo.)
O pai desse meu filho, ensinaria como ninguém, muito cedo , o filho a ler e a escrever, a gostar de livros e de música e de um certo time de futebol. Eu ensinaria isto e mais algumas coisas minhas: como o gosto por viajar para qualquer lugar, a gostar do mar, do céu e das estrelas. Das plantas, das pedra, de fazer pães. E a ser doce, ser bom e feliz.

O amor anda sobrando aqui em mim. Mas, isso só, não basta. Preciso trabalhar menos e mais perto.
foto by maira: de um calendário num albergue em Barcelona, Espanha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo, Maira. Abraços.