A maior danação é a dúvida
que levo, sob o braço,
como um fardo
ou no bolso.
E sempre se repete
com o mesmo arcabouço fértil.
Não discuto. O embrulho
tem as minúcias contadas, medidas e pesadas.
Pode explodir, granada,
ao mínimo decuido ou ruído.
Que importa?
Guardo-a, dúvida intacta
numa caixa,
com infância
e demais seres e haveres,
até que a morte me faça
soltá-la, com as borboletas
da caixa.
Carlos Nejar ( in Danações).
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prefiro a dúvida intacta à certas certezas
para que eu não me desencante.
Quando eu morrer, abram bem longe a caixa.
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