Mago violino, tu me acompanhas?
Já quanta noite, em urbes estranhas,
falou à minha a tua solidão?
Tocam-te cem, ou uma só mão?
Há sempre, em cada cidade imensa,
os que se perderiam nos rios
se os não salvasse tua presença?
E a mim; que dizem teus sons vadios?
Por que, na alcova junto da minha
sempre há de estar alguém por que ousas
cantar, dizendo: a vìda sòzinha
pesa mais do que tôdas as cousas?
Rainier Maria Rilke . em Poemas e Cartas a um Jovem Poeta.
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