terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cárcere I

É claro, como a água mais pura, que te odeio - com a mesma intensidade que eu te amo.
Como poderia não te odiar se tu me condenastes à noites e noites de frio - onde as cobertas só pesam e não aquecem.
Fui condenada, logo por ti, à solidão de amor: à falta perene!(Que era o que eu menos queria e merecia na vida!)
Como não te odiar se tu amenizastes a tua pena à custa da minha dor (da alegria, do sono, da paz perdidos)
Olha: bebi um pouco
Tinha uns quatro me querendo
E eu, um só
O tango do Seu Rafael ainda soa dentro dos meus ouvidos
Te odeio ainda mais quando escuto tango,
te amo muito mais quando tango
Odeio ir para a cama sem tango (isso não se faz!)
E o tango toca - dilacerando - dentro e fora de mim: Piazzola!
É claro que odeio tango que amo que odeio amoodeioamo
Odeio! É claro.

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