sábado, 8 de agosto de 2009

Pare Olhe Pense







Queria ser uma pedra,
dessas daqui do Capão do leão,
ou um trilho do trem
Seria um registro em fotos
uma lembrança num canto
E dor nenhuma

Queria ser a umidade cerrada,
meio chuva, meio gelo,
de uma noite em Pelotas
Seria risada à mesa de um bar
Em julho - ou outubro -
nas ruas estreitas (a felicidade)
E dor nenhuma

Queria ser o pinheiro mais alto,
o tambo do leite
a estrada de chão
(e a velha estação abandonada)
Seria só uma lembrança

Queria ser a própria pedreira
(das pedras de cidades tantas, rio grandes,
brasílias; molhes, outros ares).

Seria, então, concreta. Sem dor.
(a não ser que houvesse a dos pedaços arrancados.)

...................................
Maira, Capão do leão.





Nenhum comentário: